terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Reis de ontem, hoje e amanhã, em folia e festa, cantaram e dançaram os 300 anos da Vila de São João del-Rei

Quando o assunto é cultura, São João del-Rei é plural, múltipla e diversa de expressões e manifestações. Sendo assim, não poderia se imaginar outra coisa: foram muito variadas as atividades culturais que celebraram os 300 anos da elevação do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar à Vila de São João del-Rei.

Cortejos, missas barrocas, retretas, recitais, concertos, shows, exposições, lançamento de livros e cartazes, palestras, especiais nas TVs local e regional, suplementos temáticos na imprensa local, homenagens, torneios esportivos, ações socioculturais de educação patrimonial - tudo foi realizado, mais concentradamente no último mês de 2013, para comemorar - com significado, pompa e dignidade - uma efeméride tão importante para a história são-joanense.

Um dos últimos eventos realizados com este objetivo foi o Encontro de Folias de Reis e Pastorinhas do Campo das Vertentes. que aconteceu na noite do sábado, 28 de dezembro, em um coreto montado em frente à Casa de Bárbara Eliodora. Tradicionalmente organizado pela ONG Atitude Cultural como programação natalina, em 2013 o encontro teve um brilho especial. Nele, se apresentaram, saudando o acontecimento, oito grupos locais de Folia de Reis, entre eles um exclusivamente feminino. De matriz portuguesa e notória influência estética e sonora agropastoril, estes grupos representam uma face importante da cultura popular de raiz de São João del-Rei, edificada em uma tradição distante, evidenciada pela idade da maioria dos "capitães e comandantes".

Aos grupos são-joanenses se juntaram dois outros, vindos espontaneamente de Juiz de Fora com a linguagem visual, coreográfica, acrobática e sonora que espelha o tempo presente e a cultura de massa predominante no colar socioeconômico que envolve as médias e grandes cidades. Cores fortes, brilhos, movimentos frenéticos,. Música religiosa popular, na batida funk, misturada à percussão folclórica. Rapazes pobres, comprometidos, imersos e mobilizados pela causa da nova forma de evangelização por meio da cultura urbana. Tudo sem perder de vista o inapagável lume das folias antigas e sob a batuta de líderes comunitários mais maduros e respeitados, inclusive em tempo vivido.

Múltipla, plural e diversa - tanto que construiu uma temporária territorialidade popular em um de seus territórios mais barrocos (o Largo São Francisco) - São João del-Rei mostrou como no universo que a cidade é há lugar para tudo e para todos. Para o antigo e para o contemporâneo. Para o sagrado e para o profano. Para o erudito e para o que brota da alma do povo. Desde que haja respeito e harmonia...

Veja, neste link http://www.youtube.com/watch?v=VbntqMfPuCE#t=30 um flash de uma das neo-Folia de Reis que participaram do encontro.

............................................................................
Foto: http://saojoaodelreitransparente.com.br/files/images/Folia_de_Reis_e_Pastorinhas.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário